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quinta-feira, 17 de março de 2011

Teresina é a capital brasileira que pior cuida dos prédios históricos

Teresina é a capital que pior cuida do seu patrimônio edi-ficado. A informação, do arquiteto e urbanista Olavo Pereira, especialista em restauração e conservação de monumentos históricos, se baseia em números. Segundo ele, um levantamento aponta que em Teresina há somente 1,5 mil prédios históricos, número considerado baixo e que tente a cair nos próximos anos, se levarmos em consideração a destruição desenfreada desses imóveis. "De 1998 até então tivemos uma perda grande de prédios históricos. Muito do que restou está descaracterizado. Falta uma política efetiva e urgente. Enquanto isso assistimos passivamente essa destruição", afirmou.

O arquiteto é coordenador do projeto Inventário de Proteção do Acervo Cultural de Teresina (IPAC-TE), que está sendo executado pela prefeitura, através da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves. Sobre o tema, Olavo Pereira ministra hoje, às 19 horas, uma palestra no Conselho Estadual de Cultura e Educação. O objetivo do estudo, de acordo com o especialista, é mostrar os bens do acervo, oferecer uma base para implantação de políticas de restauração, servir de subsídio para estudos e pesquisas e evitar a perda desse patrimônio.

O arquiteto cita exemplos de outras capitais, como São Luís, no Maranhão, onde os prédios históricos são valorizados e preservados. Por aqui, ele diz que além da falta de conscientização há uma ineficácia nas leis de proteção. "A população desconhece a importância desse patrimônio", ressalta. Sem a preservação adequada, a cidade vai perdendo parte de suas características e deixa de lado suas referências históricas.

Para ele, a preservação desse patrimônio exige vontade e esforço político. "Em breve, será disponibilizado ao público o trabalho de identificação e caracterização destes imóveis, mas falta decisão política para enfrentar o problema. Isso deve ser um objetivo político. Por tudo, é um fato de natureza social, de relações entre pessoas e não entre objetos", disse.

Entre os 1,5 mil imóveis históricos apontados pelo inventário, Olavo cita a Casa da Cultura e o Museu do Piauí entre os que ainda mantêm parte de suas características originais, inclusive no interior dos prédios. Por outro lado, ele aponta o prédio do Theatro 4 de setembro e o da Prefeitura de Teresina como aqueles onde só se levou em consideração a preservação da fachada. "Esse conceito de preservação está totalmente errado. As características existentes no interior desses prédios foram alteradas, quando na verdade deveria ser feita uma restauração de verdade", diz.

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